A Saudade é um turbilhão de lembranças alegres e tristes, que preenchem o nosso vazio quando perdemos algo ou alguém que amamos.

Não adianta fugirmos do sentimento da saudade, pois ela chega e fica rondando dia e noite as nossas mentes e as nossas cabeceiras. Podemos até dissimulá-la, nos dando uma trégua de vez em quando, mas a danadinha volta com toda vontade e se instala, próxima e até definitivamente, no balaio daquilo que não poderemos mais recuperar.

E qual é o sentido de nossas vidas se não tivermos esse emaranhado de situações vividas ou idealizadas com essas pessoas com quem tivemos o prazer ou desprazer, num passado próximo ou longínquo, de compartilharmos esse desafio na arte de viver?

Quantos de nós já abrimos mão de muitas coisas, status e de pessoas de grande significado pras nossas vidas, como amigos, parentes e companheiros, e no entanto, tivemos que simular um novo personagem para podermos continuar nesse enorme palco de representações e de superações. Afinal de contas, parte de nós foi junto com aquilo ou com a pessoa que acabamos de perder.

Sabemos que nada é pra sempre, mas a nossa ilusão de realidade nos leva a crer que a mesma poderia ser mais duradoura... Acredito que a única saída depois de uma grande e irrecuperável perda é procurarmos resgatar o que ainda nos restou ao nosso alcance, como alguns afetos, religião, aquela amiga que está sempre disponível, um ouvinte paciente, uma nova modalidade de aprendizado ou até mesmo aquela viagem para um lugar próximo ou distante, mas que nos leve a suportar a mesmice daquilo que chamamos de cotidiano sem a presença daquela pessoa que sempre amamos.

Eridam Pimentel - Blog Superarparanaopirar.wordpress.com