Somos apenas Intrusos quando ajudamos sem sermos solicitados
- Eridam Pimentel

- 13 de set. de 2021
- 1 min de leitura
Durante 40 anos investi parte das minhas disponibilidades financeiras, emocionais e laborais com o intuito de proporcionar melhores condições de vida a muita gente da minha família, de parentes mais próximos e de pessoas do meu círculo de amizade.
Embora grande parte delas terem ascendido intelectualmente, profissionalmente e hierarquicamente, percebo que a maioria se distanciou cada vez mais daquilo que costumamos chamar de pessoas gratas.
Quando universitária participei, como monitora, de muitos grupos sociais em várias comunidades na cidade de Fortaleza. Desses grupos faziam parte crianças e jovens de todas as idades de uma parcela da periferia.
Eram desenvolvidos vários projetos com a finalidade de afastá-los das ruas do centro da cidade. No entanto, eles só se interessavam pela hora do lanche, e nada mais ... Quando não havia lanche, a maioria apedrejava as janelas da Sede. Aquele comportamento me provocava uma grande desilusão e revolta...
Aquela sensação de desilusão, raiva e revolta daquela ocasião é a mesma que hoje me inspirou escrever esse pequeno texto. Cheguei a conclusão de que nem aqueles meninos de rua nem aquelas pessoas que durante todo esse tempo tentei, de certa forma, provocar uma mudança em seu padrão de vida, na verdade nunca me pediram nada, nem tão pouco expressaram o desejo de querer transformar sua realidade. Vejo que a precipitação foi toda minha, confundi os meus anseios com os deles e acredito que não passei de uma "intrusa" em querer modificar suas vidas. Por isso aprendi que devemos esperar o tempo de cada um e só ajudarmos quando realmente formos solicitados.
Eridam Pimentel - Blog Superar Para Não Pirar





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