Tempo do "Ócio"!
- Eridam Pimentel

- 11 de nov. de 2015
- 2 min de leitura
Até que ponto o ócio pode lhe proporcionar momentos de descobertas e de prazer sem necessariamente cair na mesmice do "tempo desperdiçado"... Na Grécia antiga, o conceito de ócio era associado a uma vida contemplativa, educativa ou um ideal de sabedoria. Acredito que, somente a partir do século XIX esse termo teve o seu significado vinculado à ideias de improdutividade, vadiagem, desperdício de tempo, etc... etc... Conceitos à parte, o que importa é a forma com a qual você possa administrar cada fase de sua vida, de uma maneira mais proveitosa e gratificante, mesmo que para isso tenha que abrir mão de vários quesitos... Aos 57 anos de idade, quando resolvi me libertar do compromisso "laboral" e vivenciar uma nova experiência que, a princípio, não agradou a muita gente do meu grupo familiar e de amigos, pelo fato me julgarem em plenas condições físicas e intelectuais para continuar a desenvolver as tarefas que há anos vinha exercendo. No entanto, foi uma das melhores decisões que já tomei até hoje, sem arrependimentos. Estou tentando mesclar os conceitos de ócio da Grécia antiga com os dos tempos modernos. Há momentos de abstração, de contemplação, de investimento intelectual, de poder me olhar melhor, de me dar o luxo de vivenciar mais o prazer da companhia de meus familiares, dos amigos, mais tempo para o amor, para novas paixões, já que havia me separado na mesma época, e de descobrir que até a vida sexual também pode ser mais gratificante e excitante nesse período de ócio opcional... Daí que discordo plenamente daquela história de que se aposentar é meio caminho para a depressão e para o isolamento... Pelo contrário, é o momento necessário para a descoberta de si mesmo e de correr o risco de aproveitar tudo que a vida tem para lhe oferecer, inclusive o ócio!





Comentários